segunda-feira, 17 de agosto de 2009

TESTE DRIVE PARA OS POLíTICOS BRASILEIROS













Quando o povo fala que a maioria dos políticos brasileiros são ladrões e/ou desonestos, corruptos e /ou envolvidos como o crime organizado, sempre são rechaçados e desacreditados perante a opinião pública pelos acusados de tais crimes. Sempre o povo sai como mentiroso. Mas existe uma maneira de medir a honestidade desses políticos, ou seja, dando-lhes dinheiro para que eles administrem com responsabilidade e competência que todos eles dizem ter. É uma espécie de teste drive!

Nessas últimas semanas, o Congresso Nacional, mais uma vez, é destaque nos principais meios de comunicação do país. Mais um presidente do Senado é acusado por favorecer parentes na administração pública (nepotismo) através da mais nova malandragem dos políticos nacionais conhecidos como "atos secretos ". Isso é mais uma prova que as instituições políticas no Brasil perderam suas reais funções e se encontram na marginalidade e competindo com as organizações criminosas (como o PCC e CV) para ver quem mais ameaça e destrói a sociedade e o Estado brasileiros.


O teste drive seria o seguinte: passar os recursos do Criança Espernaça para os nossos políticos para que eles os administrem como ocorre atualmente . Há 23 anos que esse o projeto vem sendo realizado com a parceria da Rede Globo e a UNICEF no Brasil e até o ano de 2008 já arrecadou mais de R$ 204 milhões em doações que foram transferidos para mais de 5 mil projetos para todo o país. Se esse dinheiro fosse enviado para o Congresso Nacional, voltaria para a sociedade através de melhorias sociais? E se fosse enviado para a Assembléais Legislativas? E se fosse enviado para as câmaras de vereadores dos municípios brasileiros? Será que esse projeto atingiria seus objetivos? E se esse dinheiro fosse parar nas prefeituras? Esses recursos seriam bem aplicados?
Pelo perfiu que muitos dos nossos políticos têm, os R$ 204 milhões de reais seriam envestidos em beneficios próprios como: carros importados, fazendas, apartamentos luxuosos fora do país, contas em paraísos fiscais, carros, roupas, joias, apartamentos, viagens, despesas de cartões de crédito para a(s) rapariga(s), além de quitar dívidas de campanhas e reservar dinheiro para os futuros investimentos políticos.
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sexta-feira, 14 de agosto de 2009

EI, ESSA TERRA É MINHA!





Essa é a primeira frase que as pessoas que têm "terra" falam quando se sentem ameaçadas de perdê-las. Outra frase ditas pelos latifundiários é: se não saírem daí, vou mandar tirar na bala!Outros dizem: como é que vocês (os sem-terras) querem invadir "as terras dos outros"? Essas terrras são de herdeiros. Foi do meu bisavó, depois passou para o meu avó que deixou para o meu pai e agora o dono sou eu! Acho que muita gente já ouviu esses argumentos dos latifundiários e de pessoas que os defendem por aí.
Eu nunca vi alguém dizer que é dono do Sol, da Lua, das estrelas, dos oceanos, dos planetas, da chuva, do tempo, da gravidade, do oxigênio. Por que algumas pessoas insistem em dizer que que "as terras"são deles? O que leva um ser humano a dizer que ele é dono de terras e mais ninguém tem direito de tê-las? Onde está escrito isso?
Quando os invasores europeus chegaram ao Brasil no século XVI, havia mais de cinco milhões de seres humanos divididos em várias etnias, línguas, costumes e religiões diferentes. É claro que havia rivalidades entre esses povos, mas a terra, entre eles, era um bem que pertencia a todos e e ao mesmo tempo era sagrada, pois era da terra que eles tiravam seus alimentos. Para esses povos, a terra é como uma mãe que alimenta seus filhos todos os dias. Os índios não consegem entender a destruição que os caras-pálidas causam a natureza!
Os europeus tomaram as terras dos povos indígenas (dando origem aos latifúndios no Brasil) e passaram a utiliza-la para atender ao mercantilismo, política econômica que oxigenou o sistema capitalista nascente baseada na exploração de metais preciosos e na produção de produtos tropicais como no caso brasileiro, a cana-de-açúcar. Para os invasores europeus, a "terra" era um instrumento de enriquecimento e de conquista de poder.
A posse da terra é uma questão que vem se arrastando há séculos na história da humanidade e os conflitos que surgiram a partir dela foram provocados a partir do aparecimento da divisão de classes e da propriedade privada dos meus de produção. Nas primeiras comunidades criadas pelo homem, a terra e tudo que havia nela pertenciam a toda a comunidade. Os índios brasileiros ainda mantêm essa relação de propriedade coletiva. Com o surgimento da propriedade privada, surgem instituições que exigem um aperfeiçoamento social e político para dirigi-las e um grupo de pessoas para administrá-las. É dessa complexidade político-social que surge o Estado.
É dessa estrutura que vão surgir as pessoas que mandam e as que obedecem, as pessoas que decidem e as que cumprem, as pessoas que administram e as que trabalham, e também, as pessoas que passam a ter propriedades(dentre elas, a terra) e as que deixam de possuí-las e passam a trabalhar para aquelas que as têm.
Desde o mundo antigo até os dias atuais que a questão agrária vem causando conflitos, mortes e grandes transformações sociais e econômicas. Isso mostra que "a questão agrária" não é nova, não é uma questão de um povo, nem de um país, mas algo que cabe a humanidade resolver. É uma questão que vai definir a sobrevivência da espécie humana.
O latifundio é um câncer social que trás no seu DNA a fome e a miséria para milhões de seres humanos. A visão que as pessoas têm sobre a terra é histórica e, sendo assim, foi construída ao longo do tempo, podendo perfeitamente ser transformada. Tudo que é histórico foi construído pelo homem e, tudo aquilo que é construído pelo homem pode ser transformado.

domingo, 9 de agosto de 2009

* 09 DE JUNHO: O QUE MUDOU?

Em 09 de junho de 2009, Palmares completou 130 anos de Emancipação Política, mas que não veio conjugada com a emancipação social e econômica. A cidade depois de todo esse tempo não consegue construir a menor estrutura para enfrentar os desafios do século XXI. Quando a Emancipação Política dos Palmares é concretizada em 1879, o Estado brasileiro ainda se utilizava do trabalho escravo para manter sua economia funcionando. Palmares, por pertencer a uma área de exploração do trabalho escravo em função da cana-de-açúcar, apesar de ser emancipada, manteve-se em silêncio diante da escravidão. Não se buscou emancipar a cidade junto com a sociedade.
Palmares, assim como o Brasil, não conquistou sua liberdade política baseado na luta de libertação, mas sim, através de negociatas e apadrinhamentos políticos. Prova disso é a doação dessas terras à família Montes pelo governo imperial. Palmares é fruto de um latifúndio que depois de vários anos continua cercando a cidade, colocando-a como refém do atraso. Palmares reproduz em pleno século XXI a estrutura de exploração do Estado português do século XVI, ou seja, uma economia sustentada pelo latifúndio, monocultura e escravidão. Dessas três estruturas, o latifúndio e a monocultura são bem evidentes e atuantes na nossa cidade e a escravidão persiste através do trabalho assalariado.
Como desenvolver uma cidade se ela está presa ao passado que a prejudica no seu caminhar para o futuro? O que deve ser feito para mudarmos essa realidade? A classe política palmarense está realmente preparada para responder esses questionamentos e enfrentar os desafios do século XXI? O povo tem noção da sua responsabilidade perante a cidade como agente político capaz de transformar a sociedade palmarense para melhor? Ou tem uma consciência política fragilizada e corrompida pela miséria, pela fome, pelo desemprego, pela falta de oportunidade alimentada há décadas pelos poderosos da cidade e da região?
O mundo procura alternativas para se adequar ao futuro, mas Palmares insiste em permanecer intocável como uma lenda, fragilizada, perdida no mundo real. Precisamos de respostas e entendimentos que nos coloque no mesmo nível de outras cidades em busca de liderar a região de fato e de direito, ter essa hegemonia em nossas mãos. Palmares precisa se tornar grande, não só em território, mas em estratégias que lhe dê sustentabilidade para desenvolver-se e ao mesmo tempo reparar os erros históricos que a conduziu ao que é hoje. Talvez, o primeiro passo para isso aconteça no próximo dia 09 de junho. Reflita! Você pode mudar essa História para melhor.

* O homem na lua: perigo! Não se aproxime!


Há quarenta anos, o ser humano mostrou mais uma vez a sua obstinação e capacidade de realizar sonhos. Depois de várias tentativas, ele, o homem, consegue pisar na lua. A partir da segunda metade do século XX, EUA e URSS, devido a Guerra Fria, envolveram-se numa disputa pelo controle da humanidade. Essas duas potências procuravam se superar em todos os aspectos e, a corrida espacial, foi um deles. Coube aos russos colocar o primeiro satélite artificial no espaço (o Sputinik I). Um mês depois, em novembro de 1957, foi a vez de o primeiro ser vivo a orbitar o planeta Terra (a cadela Laika). Logo em seguida, o cosmonauta Yuri Gagarin, em abril de 1961,a bordo da Vostok I, tornou-se o primeiro ser humano a viajar pelo espaço. Mas, em julho de 1969, os norte-americanos deram um salto maior: a bordo da Apollo 11, os astronautas Neil Armstrong, Edwin Aldrin e Michael Collins chegaram à lua. “Este é um pequeno passo para o homem, mas um grande passo para a humanidade.” Frase histórica dita por Armstrong ao pisar na lua. Outra frase pouco conhecida deixada pelos americanos junto ao módulo lunar é algo contraditório: “Aqui os homens do planeta Terra puseram pela primeira vez os pés na lua. Julho de 1969. Viemos em paz em nome de toda a humanidade.”
Viemos em paz? E em nome da humanidade? A paz é algo que os norte-americanos nunca conseguiram semear. Pelo contrário, utilizam-se dessa palavra para provocar o ódio e a guerra entre povos e nações. Como podem difundir a paz pelo universo se no nosso planeta exerce uma política de submissão e extermínio contra a espécie humana? Um país que já jogou duas bombas atômicas sobre as cidades japonesas Hiroshima e Nagasaki, matando milhares de pessoas não tem autoridade para propagar a paz em nome de toda a humanidade.

Por outro lado, a presença humana na Terra é recente, mas mesmo assim, seu poder de destruição é algo impressionante e assustador. Nenhum outro ser vivo colocou em risco a existência da vida no nosso planeta como os seres humanos. O Homem não está preparado para ter contato com “outros seres” porque não consegue enxergar o seu semelhante como tal, mas com indiferença e preconceito.

Não consegue controlar seus instintos que alimentam a barbárie e a insensatez que o qualificam no atual estágio da sua existência.
Talvez a frase que melhor definiria o caráter do homem colocada no módulo lunar fosse a seguinte: “Aqui os homens do Planeta Terra puseram pela primeira vez os pés na lua. Julho de 1969. Perigo! Não se aproxime”!

* PALMARES: UMA CIDADE CONTRADITÓRIA!

Há homens que já nascem póstumos. Assim falou o velho filósofo alemão Nietzsche. Eu vou mais além quando afirmo que há cidades e povos que já nascem póstumos. Palmares sendo fruto de um latifúndio se enquadra perfeitamente nessa observação, pois trás no seu rastro histórico, várias situações bizarras tanto dos seus governantes quanto dos seus habitantes.
Quando se fala em Palmares é costume lembrar os seus principais representantes, como por exemplo, Hermilo Borba Filho e Ascenso Ferreira como se a cidade dos Palmares orbitasse em torno desses dois cidadãos. Quando a cidade faz aniversário, as escolas e entidades culturais sempre homenageiam esses dois artistas, uma coisa enfadonha e chata. Embora lembrados constantemente, a maioria da população não sabe nada sobre a vida deles e que existiram!
Em minha opinião, se temos que prestar homenagem a alguém, então teremos que lembrar de uma personalidade palmarense que tem uma história que se confunde com a história do Brasil. Seu nome é Brivaldo Leão de Almeida. Mas, infelizmente, não é o que ocorre. Os homens honrados da nossa história não têm muito espaço. Um dia isso mudará! Brivaldo participou da Revolta Constitucionalista de 1932, da Intentona Comunista de 1935, conseguindo com isso a inimizade do Estado Novo, E também foi vitimado pelo Golpe Militar de 1964, sendo acusado de subversão e de colaborar com o comunismo. Um Educador muito capacitado que passou vários anos da vida em prisões. ele queria apenas uma educação igualitária e de qualidade para todos. Queria liberdade e igualdade numa sociedade mais justa e humana com a necessária distribuição de renda. Seria mais do que justo prestar uma homenagem a esse verdadeiro guerreiro palmarino que defendia a liberdade e cultuava o conhecimento.
No entanto, essas homenagens são dadas geralmente às pessoas que colaboraram com as injustiças no nosso município e até mesmo àqueles que colaboraram com o Golpe de 1964 em Palmares. Mas o absurdo não fica por aí. O desrespeito sangra nossa terra.
Prova esse desrespeito que a cidade tem com os outros, o fato ocorrido com o Rei do Baião Luis Gonzaga. Artista consagrado no Brasil e no mundo, homem ovacionado pela classe artística brasileira por ter conseguido levar a cultura e o drama do povo nordestino através da poesia das suas músicas para o mundo.
Em idos anos 80, o Rei do Baião veio à Palmares de Ascenso e Hermilo para fazer uma apresentação no Colégio Diocesano e quando o mestre Lua começou a cantar a música que diz: “o jumento é nosso irmão”, levou uma vaia jamais recebida por esse grande nome da música popular brasileira. Nunca o Rei do Baião tinha passado por uma situação dessas! Ficou revoltado, dizendo que já havia se apresentado em vários lugares no mundo, inclusive em universidades do Brasil e do exterior. Chegou até a dizer que nunca mais voltaria a cidade de Hermilo. Palmares teve a coragem e a ousadia de ser a primeira cidade do Brasil e do mundo, a ser protagonista de uma tragédia cultural desse porte!
E o engraçado é que hoje, Palmares presta uma homenagem ao Rei do Baião com uma estátua no pátio de eventos da cidade que leva o nome de “Pátio de Eventos Luis Gonzaga”. Um jeito de se desculpar pelas atitudes de uma platéia mal educada!
São essas coisas que levam Palmares a ter uma imagem negativa de destratar as pessoas de bem e tentar desmoralizar pessoas consagradas nas atividades que se destacam.
E pior é se omitir aos valores locais, como os artistas desamparados e sem incentivos, sem fomento para serem divulgados e cultuar suas artes! É uma espécie de ciúme coletivo. Esse comportamento entra em contradição com o hino da cidade que diz assim: PALMARES É TERRA DE CULTURA E GRANDEZA, NO MUNDO NÃO HAVENDO IGUAL ASSIM!
Acho que o poeta Milton Souto, quando escreveu a letra do hino palmarense, quis ironizar com a frase: “não havendo igual assim”, já que ele mesmo foi um dos que injustiçados na Terra dos Poetas. Como já foi dito, a Atenas Pernambucana costuma não valorizar os seus próprios artistas e seus intelectuais, exceto é claro, Ascenso e Hermilo (que precisaram sair da cidade, lutaram por reconhecimento lá fora para muito depois serem reconhecidos na sua terra natal).
Milton Souto, por sua vez, para ser reconhecido como o autor do hino da cidade, teve que se submeter a um concurso e ganhar, é claro! Mas mesmo assim, sua obra não foi reconhecida e divulgada como merecia. É uma dívida que Palmares tem com Milton Souto.
Houve uma época que fizeram uma homenagem a Milton Souto, colocando o nome dele numa escola municipal, mas para surpresa de todos, tiraram o seu nome do prédio escolar, pois o mesmo foi doado a um Órgão da Justiça. Isso só comprova que Palmares trata mal suas celebridades!
Outro caso interessante ocorreu com Frei Damião quando veio a Palmares. Ela era um grande religioso, uma pessoa bastante respeitada no mundo católico, principalmente pelas bandas do Nordeste. Era uma figura lendária e ao mesmo tempo santa para os nordestinos. Quando Frei Damião estava dando o seu sermão em frente à Catedral, depois de uma longa caminhada pelas principais ruas da cidade, de madrugada, ao levantar o Santíssimo para o público presente, ouviram-se berros e gritarias de pessoas bêbadas com copos nas mãos num bar ao lado da Catedral, chamado de O REDONDINHO. Aquele barulho chamou a atenção de todos presentes à Santa Missa. Os bagunceiros bêbados, continuaram a gritar. Quando foram advertidas pelo próprio Frei, não levaram em consideração e passaram a chamá-lo para tomar cachaça com eles. Essa proposta deixou os fiéis indignados. Foi quando Frei Damião disse: “- Palmares é uma terra amaldiçoada. Aqui tem uma escuridão. Nunca mais eu voltarei a Palmares enquanto vida eu tiver!” E completou: “vai dar uma cheia em Palmares que lavará o piso da Catedral.”
Maldição de homem santo pega mesmo e não se sabe se foi a cheia de 1975 ou se foi a de 2000. De qualquer forma, a profecia se realizou! O mesmo morreu e nunca mais pisou na terra dos poetas. Palmares conseguiu desmoralizar um “SANTO”, coisa jamais vista em lugar nenhum do mundo!
Esses dois exemplos nos mostra que a terra de Hermilo e Ascenso parou no tempo. Cultua-se o velho sem abrir os espaços necessários os outros artistas e para as novas gerações. Quando isso mudará?